segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Autor: Pr. Araúna dos Santos
Vitória, ES


“Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos, declara o SENHOR” (Isaías 55.8).


Muitas vezes, diante das complexidades de situações da vida, vemo-nos tentados a colocar nossos pensamentos na “mente” de Deus. E, quando afirmamos: “Deus me disse; Deus me revelou”, na verdade estamos fazendo uma tentativa de valorizar nossas palavras e ações por suas dimensões “divinas”. É um processo de compensação, projeção e transferência. Como seres humanos, fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gên. 1.26), mas temos a tendência de “criarmos” um deus a nossa imagem e semelhança. Essa verdade tem sido muito constatada na prática diária de homens e mulheres religiosos. E acabamos colocando na mente de Deus e em sua boca nossos próprios conceitos e palavras. Isso é muito perigoso para nós mesmos e para os que conosco convivem, e representa grave engano e fanatismo religioso.


Profetas do passado histórico de Israel – o povo de Deus – afirmavam, com frequência: “Assim diz o Senhor”. Eles, sim, foram homens especiais, levantados por Deus, por Ele mesmo chamados, para o ministério específico de fazerem conhecidas pelo povo a mente de Deus, as palavras do Senhor. E tinham um compromisso com Deus de transmitirem tão somente suas palavras, suas orientações, suas ordens, ao povo de Israel, o povo que chamava pelo nome de Jeová (II Crôn. 7.14; II Ped. 2.9).  Com a encarnação do Filho – A Palavra se fez carne na pessoa de Jesus Cristo e a humanidade conheceu o clímax da revelação de Deus – JEOVÁ.


“Eu e o Pai somos um”, “Quem me vê, vê o Pai” e “Eu estou no Pai e o Pai está em mim”. Foram essas as palavras de Jesus a seus discípulos. E Ele mesmo os orientou a ouvir o Espírito Santo que os faria lembrar suas palavras e os conduziria ao conhecimento da Verdade. Ao tempo final de seu ministério terreno, Jesus rogou ao Pai por seus discípulos e por aqueles que, como nós, hoje, se tornariam seus seguidores: “Pai, santifica-os na verdade, a Tua palavra é a verdade”. Assim, Jesus Cristo e o Espírito Santo – que são a mesma pessoa divina – e a Palavra revelada representam nossa fonte de conhecimento da mente de Deus, dos propósitos de Deus, dos caminhos de Deus. Não devemos querer, por nossa própria conta, determinar a direção de Deus em nossas vidas, “adivinhar” seus pensamentos e “revelar” seus caminhos. Ele mesmo, em sua soberania e sabedoria, nos faz compreender – por Sua Palavra, já revelada, e pelo Seu Espírito, que em nós está - qual seja a sua vontade, para que a ela nos sujeitemos e a realizemos em nosso viver diário, livrando-nos de nossa insensatez (Efésios 5.17).


Tenho ficado impressionado, abismado até, com a facilidade com que crentes colocam suas palavras na boca de Deus e “manipulam” as ações de Deus a seu favor, quando em suas atitudes e comportamentos há incoerências e contradições expressas claramente na Palavra revelada – A Bíblia Sagrada. Deus – O SENHOR – não se contradiz. O que tem dito de verdadeiro, de permanente e de valor e de princípios éticos, espirituais no Velho e no Novo Testamento continua sendo verdadeiro, permanente, ético e espiritual até hoje, por que “A Palavra de Deus permanece para sempre”.


Sendo filhos de Deus, somos seus servos também, por isso a nós convém o ajustamento de nossas vidas a seus ensinos, às suas ordens. E seus ensinos e suas ordens estão claramente declarados nas Escrituras Sagradas. Lendo-as atentamente, interpretando-as corretamente, submetendo-nos à iluminação do Espírito Santo, conheceremos Deus e a Sua Vontade, sem incorrermos no erro de querer dirigir os pensamentos e os caminhos de Deus. SEJA DEUS VERDADEIRO e não uma mentira em nossas vidas!

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